sábado, 14 de novembro de 2009

Esta segue a pedido...


Para todos os fãs do Dr. Ricardo Reis, aqui fica um dos meus preferidos:


Quem nos ama não menos nos limita
Não só quem nos odeia ou nos inveja
Nos limita e oprime; quem nos ama
Não menos nos limita.
Que os deuses me concedam que, despido

De afectos, tenha a fria liberdade
Dos píncaros sem nada.
Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada
É livre; quem não tem e não deseja,

Homem, é igual aos deuses.

Odes/ Ricardo Reis


Como lhe é característico, é uma perspectiva bastante sombria da vida mas no meio das palavras duras surgem algumas verdades difíceis de ignorar, ou até mesmo, contornar.
São muitas as vezes que me identifico com este poema mas, como eterna optimista (ou pessimista mal informada ;)) centro-me sempre no "quem quer nada é livre", lembrando que esta é a condição que melhor nos permite apreciar melhor tudo o que surge na nossa vida...

Um comentário:

  1. Esse poema para mim, que já conhecia, é como uma oração. Não o leio. Vivo-o.

    Não querendo nada, nunca se perde nada, porque nada se tem. Nunca há desilusão, porque nada se ambicionou. E quando se obtém algo, é sempre uma surpresa, porque nada se desejou.

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