quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Há momentos assim...


A lareira está acesa.

Além da luz do meu candeiro, a sala encontra-se iluminada apenas por esta chama doce e pelas luzes tremeluzentes da árvore de natal.

Fico aninhada num canto do sofá, o meu cobertor, o meu livro e o meu leite com chocolate quente por companhia.

Que doce sensação, que calor reconfortante, que paz... O silêncio é quebrado pelas notas penetranates de Mozart no seu melhor.

Sinto-me derreter, entrar num mundo que não é bem o meu.

O livro desliza naturalmente para segundo plano.

Observo as sombras que bailam em todos os objectos, formam-se e dissolvem-se a seu tempo.
Sinto o cheiro da lenha a queimar, aroma que me transporta para o passado, para aquele tempo em que tudo era possível.

Oiço a lenha a crepitar, oiço aqule barulho caracteristico do fluxo de ar que sobe pela chaminé.
Passo a mão casualmente pela página aberta, o livro é um "paper back" com teixtura granular, daqueles que tem uma cor ligeiramente amarelada e cheiro a papel.

Não estou em mim, ou talvez me encontre perdida em mim... não sei...

Os sentidos captam as coisas duma forma ligeiramente diferente do habitual, basta uma pausa, basta descontrair para que tudo o que é normal e corriqueiro se torne numa pequena dádiva...

Como que para partilhar deste momento, chega o gato, emite um miado baixo e languido. Dá-me uma marradinha nas pernas e salta para se aninhar ao meu colo. Ficamos ali, sem pressa, a viver o momento sem preocupações com o amanhã.

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